Senado argentino deu luz verde à expropriação de petroleira YPF

A iniciativa do Executivo, que declara de interesse público o autoabastecimento de hidrocarbonetos, recebeu média sanção da Câmera Alta com o respaldo de 63 legisladores, três votos na contramão e quatro abstenções, em uma sessão que começou às 10:30 da manhã de ontem e prolongou-se até esta madrugada.
Além do governante Frente para a Vitória (FPV), votaram em geral a favor do texto os senadores de Novo Encontro, a União Cívica Radical (UCR) e a Frente Ampla Progressista (FAP), enquanto na contramão fizeram-no três representantes do chamado peronismo dissidente.
Mais de meia centena de oradores expressaram suas posições no plenário, em uma jornada especial que se prolongou por mais de 15 horas ininterruptas, e iniciadas com a apresentação da iniciativa, a cargo do senador informante Marcelo Fuentes, do FPV.
O projeto não conforma um ato caprichoso nem isolado, senão é "fundamentalmente um corolário lógico, derivado consequente e necessidade imperiosa de concretar em matéria energética a reversão fundamental de paradigmas que caracterizaram os tempos com preeminência neoliberal", sustentou Fontes.
A intervenção do legislador oficialista pôs em marcha uma prolongada sucessão de discursos, em sua grande maioria favorável à proposta do Executivo e em sua quase totalidade reconhece que se tratava de uma sessão histórica.
Teve também o apoio de muitos senadores ao assinalar que a expropriação de 51 por cento das ações de YPF nas mãos da Repsol marca só o início do caminho para a recuperação da soberania energética, que deve necessariamente definir a postura a seguir em frente ao resto das petroleiras.
YPF, apontou mais de um orador, regula menos de 30 por cento do mercado de hidrocarbonetos do país, o que evidência a necessidade de "revisar todas as concessões energéticas feitas nos últimos anos", apreciou o radical Mario Cimadevilla.
Aqui -sublinhou- teria que ir por tudo, incluindo as concessões feitas nos ramos hidroelétricas e de energia eólica, opinou.
A distribuição de 49 por cento das ações que serão expropriadas a Repsol; a necessidade de promover uma nova Lei de Hidrocarbonetos e de estabelecer um novo marco regulatório para a atividade energética, foram outros dos aspectos mais reiterados no debate. Já com a média sanção do Senado, o projeto impulsionado pela mandatária argentina foi enviado nesta mesma madrugada à Câmera de Deputados para ser tratado hoje por um plenário das comissões de Energia, Orçamento e Assuntos Constitucionais.
Fonte:http://www.prensalatina.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=500984&Itemid=1
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