Nuzzi teve acesso, possivelmente através de funcionários da Secretaria de Estado, a centenas de documentos, incluindo alguns que levam o selo "Reservado", que foram elaborados pelo mesmo secretariado. Este é o maior vazamento de documentos na história recente do Vaticano, que até agora não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Entre as informações vazadas, figuram diretrizes específicas para tratar de questões com o Estado italiano por ocasião da visita presidencial em 2009. "Devemos evitar qualquer equivalência entre a família fundada sobre o matrimônio e outros tipos de uniões", diz o texto.
De acordo com trechos publicados pelo Il Corriere della Sera no suplemento especial Sette, o secretário do papa recebeu por fax todos os detalhes do chamado "escândalo Boffo", a operação para desacreditar o editor do jornal Avvenire, jornal da Conferência Episcopal italiana, mediante acusações falsas de assédio homossexual e homossexualidade contra o jornalista Dino Boffo. Tais cartas resumem o clima recente de guerra ocultada pelo poder dentro do governo central do Vaticano, a influente Cúria Romana, que minou a credibilidade da Igreja.
O nome do atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, mão direita do Papa e número dois da Santa Sé, está presente em muitos dos documentos e é afetado de forma negativa, sendo possível que o livro seja uma operação midiática para atacá-lo. O jornal italiano Libero também publicou comentários sobre o livro.
Nuzzi chegou a comentar sobre o difícil ano vivido com os "corvos" do Vaticano, que lhe passaram os documentos entre "silêncios, longas esperas e precauções maníacas". O jornalista confessou que não manteve mais contato com este "grupo informal" de informantes desde que o Papa nomeou uma comissão de inquérito, em março passado, para investigar os vazamentos, conhecidos como "Vatileaks".
Fonte:http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5782003-EI294,00-Publicacao+de+cartas+secretas+do+Papa+gera+escandalo+na+Italia.html
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