
"Havia outra pessoa disparando a minha direita. A verdade tem que ser contada. Não mais enganos", afirmou Nina Rhodes-Hughes, de 78 anos, em entrevista telefônica à emissora "CNN".
Sirhan Sirhan, de 68 anos, é a única pessoa processada pelo atentado contra o senador Kennedy e outras cinco pessoas e cumpre prisão perpétua na Califórnia.
Apesar de reconhecer os fatos no julgamento de 1969, Sirhan posteriormente se retratou e sua nova equipe de advogados solicitou sua libertação perante os erros nos documentos apresentados pelo FBI e a declaração de Rhodes-Hughes.
Os advogados de defesa argumentam que Rhodes-Hughes escutou entre 12 e 14 disparos, mais do que Sirhan podedia executar. Um juiz do distrito de Los Angeles deverá decidir agora se aceita o recurso de Sirhan e de seus advogados.
"Houve mais de oito tiros. Foram pelo menos 12, talvez 14. E eu sei porque escutei o ritmo em minha cabeça", disse Rhodes-Hughues, atriz aposentada e que agora vive no Canadá, à "CNN".
"Quando eles dizem apenas oito disparos, a raiva dentro de mim é tão grande que volto a me emocionar, porque é totalmente falso", afirmou.
A testemunha disse que um mês após o assassinato explicou ao FBI na Califórnia o número de disparos, mas os agentes modificaram sua declaração "para que coincidisse com o que eles queriam que o público achasse".
Rhodes-Hughes acrescentou que Sirhan estava no local e por isso ela não acha que ele deva ser absolvido, mas insistiu que "definitivamente havia outro atirador".
Quase cinco anos depois do assassinato de seu irmão John F. Kennedy em Dallas (Texas), Robert F. Kennedy anunciou sua intenção de obter a candidatura democrata para as eleições presidenciais de 1968. Seu assassinato no Ambassador Hotel de Los Angeles atrapalhou estes planos em junho daquele ano.
Fonte: Afp
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