sábado, 30 de junho de 2012

Aumenta tensão na Ásia entre Coreia do Norte, Japão e Coreia do Sul


Por: Osny Anashiro
HAMAMATSU, Japão 30 de junho de 2012 | Postado em: Geral, Notícias


Se perguntamos a um cidadão japonês de onde vem o perigo, provavelmente ele responderá “da terra, mar e ar”. O mundo inteiro sabe que o arquipélago do Japão vive à deriva. Pela costa leste, o inimigo pode ser uma devastadora tsunami, gerado por um terremoto. Pela costa oeste, pode surgir o Terror Amarelo, o grande inimigo econômico, uma vez que a China, o eterno Gigante Adormecido, despertou de vez e passou o Japão para o terceiro posto da economia mundial.

Mas o grande perigo do oeste também vem pelo ar. Vem dos céus da vizinha Coreia do Norte que costuma mandar mísseis como cartões de visita.

Em anos recentes, a Coreia do Norte disparou vários mísseis em direção ao Japão. Em agosto de 1988 o míssil disparado contra o Japão caiu no oceano Pacífico e o governo norte-coreano afirmou que se tratava de um satélite. Em março de 2002, outro míssil foi lançado em águas entre Coreia do Sul e Japão. Maio de 2005, outro míssil foi lançado no Mar do Japão. Em julho de 2006 o arsenal aumentou, foram sete mísseis balísticos de médio alcance lançados.


O Japão se previne como pode, deixando de prontidão navios interceptadores de mísseis, convocando reuniões emergenciais no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e promovendo embargos econômicos.

Em meados de abril, o regime norte coreano reconheceu que sua operação foguetão “Unha 3″ foi um fracasso. O foguete voou por cerca de um minuto e despencou no mar.

Embora o governo de Pyongyang tenha divulgado que o objetivo era colocar um satélite meteorológico em órbita, em comemoração ao aniversário do ex-presidente já falecido Kim Il Sung (15 de abril), o lançamento só aumentou a tensão no leste asiático. A comunidade internacional suspeita de que se tratasse de mais um ensaio de míssil balístico.

Imediatamente o Governo do Japão anunciou que estenderia seu embargo comercial à Coreia do Norte por mais um ano. O Chefe de Gabinete do Japão, Osamu Fujimura, divulgou à imprensa que a decisão de prosseguir com o embargo comercial foi em resposta à Coreia do Norte por ter lançado o foguete.

A sanção abrange todos os tratados comerciais entre os dois países, incluindo a entrada de navios norte-coreanos em portos japoneses.

Em fevereiro, a Coreia do Norte havia concordado em suspender seu programa de testes nucleares, enriquecimento de urânio e permitir a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em troca, a Coreia do Norte receberia 240 mil toneladas de alimentos dos EUA.

Apesar de Pyongyang insistir que o lançamento do foguete não foi um teste de míssil, Washington suspendeu o fornecimento dos alimentos, informando que a Coreia do Norte pode não estar dizendo a verdade.

O que a Coreia do Norte tem a dizer?

A agência de notícias oficial da Coreia do Norte, Kcna, a quem se refere ao presidente da Coreia do Sul, Lee Myung Bak, de “traidor”, tem publicado notícias em sua home page sob um outro ponto de vista, no sentido de ser a Coréia do Sul a causadora de todos os conflitos: “a turma de Lee, que se entrega à campanha conflituosa anti-Coreia do Norte, caluniando até os grandes líderes a quem nosso povo confia como o céu, é uma horda de traidores com quem não podemos conviver sob o mesmo céu”.

Em março, a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizaram manobras militares com 200 mil efetivos sul-coreanos e cerca de três mil do Pentágono. Por essa razão, Pyongyang culpa Seul pela escalada de tensões na Península coreana.

Norte desaprova G8

No final de maio, os líderes do G8 se reuniram em Camp David (EUA) e condenaram o desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coréia do Norte, considerando pôr em perigo a região e violar as obrigações internacionais.

A agência de notícias Kcna divulgou no dia 22 de maio seu manifesto de rejeição ao G8: “não se pode tolerar nunca a imprudente provocação política do G8 que trata de violar a sagrada soberania da Coreia do Norte com o vício de apoiar a política hostil dos Estados Unidos, depreciando a justiça e a verdade”.

O governo de Pyongyang alerta ainda, “se os EUA seguirem com campanhas de sanções e pressões, apesar dos nossos esforços pacifistas, seremos obrigados a tomar medidas para nossa autodefesa”.

Entretanto, Pyongyang afirma aceitar negociações, mas faz exigências aos EUA, pois “existe a via de solucionar de maneira pacífica o problema nuclear da Península Coreana, mediante o diálogo e negociações, mas isso não acontecerá, a não ser que os EUA demonstrem com ações o cancelamento de sua política hostil à Coreia do Norte”.

Fonte:IAnotícia

Nenhum comentário:

Postar um comentário