
Este ano, Eurocopa está sendo sediada em dois países da extinta União Soviética: Polônia e Ucrânia. A última vez em que a Eurocopa foi realizada no leste foi em 1976 na Iugoslávia. Em meio à pior crise da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, duas das nações mais pobres do continente realizaram uma das copas mais caras da história.
Na Ucrânia, o orçamento estourou várias vezes. A construção da Arena Lviv, por exemplo, ficou 90 milhões de euros mais cara do que o planejado. A UEFA ameaçou, mais de uma vez, cancelar o campeonato no país devido à lentidão dos preparativos. Economistas preveem que a Ucrânia saia do torneio com um saldo negativo de bilhões de euros.
Segundo o grupo austríaco de análise econômica, Raiffeisen Research, o montante de dinheiro público ucraniano gasto na Eurocopa foi de 10,2 bilhões de euros. De acordo com o relatório, a soma não será compensada com a venda de ingressos. Calcula-se que a receita gerada com ingressos será de 150 milhões de euros. Outros 150 milhões devem entrar com o comércio de souvenires, alimentos e bebidas nas imediações dos estádios. Um saldo negativo de mais de 9 bilhões de euros.
Este mês, o jornal ucraniano Ukrainska Prawda e o alemão Frankfurter Allgemeine revelaram que os altíssimos valores do torneio estão relacionados a superfaturamentos na contratação de serviços de construção e restauração de estádios, estradas e aeroportos.
A Ucrânia é um dos países mais corruptos do mundo. No ranking Corruption Perceptions Index 2011 da organização Transparency Internacional, o país aparece em 152º lugar numa lista com 182 nações, sendo que a primeira é a menos corrupta. Muitos políticos são também empresários e possuem participação na maioria das empresas que prestam serviços milionários ao governo, revelou a imprensa ucraniana e alemã.
De acordo com os jornais locais, há sempre as mesmas pessoas por trás dos negócios fechados com o setor público. Um dos oligarcas citados é Boris Kolesnikow. Ele é vice-primeiro-ministro, ministro de infraestrutura, responsável pelos preparativos da competição, vice-presidente do clube de futebol Schachtior Donetsk e um dos empresários da AK Engineering – companhia contratada por 8 milhões de euros para reformar uma parte do Olímpico de Kiev.
Outro exemplo de corrupção é a Arena Lviv. A construção tinha sido orçada em 152 milhões de euros por uma empresa austríaca. Mas a proposta foi recusada por ter sido considerada “muito cara”. No fim, a ucraniana Altcom foi contratada por 240 milhões de euros. Esta é a empresa que presta a maioria dos serviços para o governo, sempre com suspeitas de superfaturamento. Muitos políticos participam na empresa.
A restauração do Olímpico de Kiev custou 440 milhões de euros. O estádio de Munique, por exemplo, equipara-se quanto à capacidade e a qualidade e custou apenas 350 milhões de euros, sendo que ele foi construído e não renovado. “Bilhões foram perdidos com superfaturamentos — acredito que 40% do dinheiro público”, disse Ostap Semerak, membro do parlamento e da comissão responsável pelo orçamento nacional.
Fonte:
http://ianoticia.com/2012/06/26/corrupcao-na-ucrania-faz-da-eurocopa-2012-uma-das-mais-caras-da-historia/
Leia mais em : http://www.revelacaofinal.com/2012/06/em-meio-crise-economica-ucrania-gastou.html#ixzz1zDkgAsg5
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